terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Química do Natal

Todos sabem, desde criança, que Papai Noel mora no Pólo Norte, onde mantém uma fábrica de brinquedos ecologicamente correta – afinal, não se tem conhecimento de qualquer notícia de problemas ambientais causados pela fábrica do Papai Noel.
Todos sabem também que o Natal tem uma magia especial, renovando sentimentos de fraternidade e de esperança. E que essa magia faz com que pisca-piscas, árvores, guirlandas e outros enfeites ganhem lares, escritórios e praças, o que, em suma, pode ser interpretado como manifestação pública da alegria de cada um de nós pela passagem de mais um Natal.
O que poucos percebem, porém, é a presença de uma secular, mas sempre jovem senhora, sem cuja colaboração a festa de Natal não seria a mesma. Sim, sem a Química, uma ciência nascida há séculos, mas em constante renovação, o Natal seria muito diferente. A começar pela produção de brinquedos. Será que "Papai Noel" teria presentes suficientes, em quantidade e diversidade, se a Química não tivesse desenvolvido produtos como o náilon, o poliestireno e o polipropileno, para citar apenas três exemplos? E a decoração? Imagine se todas pessoas cortassem uma árvore, como se fazia antigamente, para simbolizar a renovação da humanidade. Das duas uma: ou há muito viveríamos em um deserto ou as árvores ficariam tão caras que seriam um artigo de luxo. Com a Química, que entre outras coisas possibilitou a produção de árvores artificiais, esse risco foi evitado.
É só observar. Em praticamente todos os itens que fazem a alegria do Natal a Química está presente. Contudo, a química mais importante no Natal sempre continuará a ser aquela que une as pessoas e nos faz olhar para o futuro com mais confiança. Essa é a Química que a indústria química espera esteja sempre em todos os lares, independente de ser ou não Natal.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)

Fonte:ABIQUIM

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Nobel de Química vai para cientista que descobriu 'quasicristais'

                            Israelense Daniel Shechtman recebe o prêmio sozinho! 


O cientista israelense Daniel Shechtman venceu o Nobel de Química de 2011. (Foto: Divulgação) (Foto: Divulgação/Nobel)
                                         O cientista israelense Daniel Shechtman venceu o
                                         Nobel de Química de 2011.(Foto: Divulgação/Nobel)
O Nobel de Química 2011 foi para o cientista israelense Daniel Shechtman, 70 anos, conhecido pela descoberta dos "quasicristais". Ele recebe sozinho o prêmio de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a R$ 2,7 milhões.
O comitê do Nobel lembrou que os quasicristais foram estudados por muitos cientistas, mas que a descoberta se deve exclusivamente a Shechtman, que precisou de muita "habilidade e tenacidade" para convencer uma "muito cética" comunidade científica.
Segundo o comitê do Nobel, os cientistas acreditavam que a matéria sólida era feita sempre de átomos arrumados em uma ordem definida e que podia ser repetida diversas vezes para formar uma estrutura de cristal.
Mas os átomos que Shechtman descobriu não tinham um arranjo que podia ser repetido. Ele estudava um material formado por alumínio e manganês com um microscópio eletrônico. Ao analisar as imagens que o equipamento consegue produzir para mostrar a organização dos átomos, o cientista se deparou com um formato que seria impossível de existir.
"Os quasicristais redefiniram o primeiro capítulo do estudo da matéria organizada", afirmou o representante do comitê responsável por explicar a pesquisa de Schechtman.
Quase todos os materiais sólidos apresentam cristais ordenados, como no caso do gelo e do ouro. Cristais comuns possuem átomos arrumados em uma sequência que é possível de ser repetida várias vezes. Já os quasicristais apresentam grupos de átomos reunidos sempre de forma diferente. Apesar de seguirem uma organização definida por fórmulas matemáticas, os átomos de quasicristais nunca repetem a mesma "coreografia".
Depois do trabalho pioneiro de Shechtman, outros cientistas conseguiram reproduzir, em laboratório, os quasicristais e, mais tarde, esses materiais foram encontrados naturalmente em um rio na Rússia. Uma empresa sueca chegou a achar os quasicristais em um tipo de aço reforçado. Pesquisas atualmente tentam empregar os quasicristais na construção de motores a diesel e frigideiras.
Nascido em 1941, Shechtman é, na verdade, um físico e trabalha no Instituto de Tecnologia de Israel, o Technion. No dia 8 de abril de 1982, quando aconteceu a descoberta, o israelense estava tirando um ano sabático nos Estados Unidos.